Este texto não deveria estar aqui, pois este blog trata de assuntos referentes a cidade de Registro. No entanto, quis compartilhar minha felicidade/aventura com vocês.
Memórias de uma corredora
12/11/2011
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Pois bem, hoje eu e Marcio quando
saímos para correr pedi que ele fizesse o roteiro, normalmente sou eu quem
faço. Para minha felicidade ele indicou a “Rota do Chá” (a tempos queria
conhecer), pela hora não era o recomendável,
mas o extinto de aventura e descobrir o novo foi mais forte.
Diferente de correr na cidade,
esta estrada não tem iluminação pública, é uma estrada aberta ao meio de uma
mata. Não poderíamos demorar, logo escureceria já eram cerca de 19:30h. No
entanto, a adrenalina de correr era mais importante neste momento e foi com
este ímpeto que seguimos observando a natureza em silêncio. Algumas poucas
casas pela estrada, talvez umas quatro, encontramos algumas pessoas, dentre
elas três crianças que nos olharam assustadas; devem ter pensado: “nossa quem
são esses”? Mas não deixaram de nos esboçar um belo sorriso com olhos
esbugalhados. Um rapaz correndo, afoito para chegar em casa após um dia de
trabalho. Entre esse silêncio, de repente ouvimos uma respiração, olhamos para
trás e avistamos um corredor, corredor mesmo. Um senhor de mais ou menos 60
anos, super bem disposto, passou por nós com velocidade de 30 anos e nós
ficamos ali nos entreolhando sorrindo e pensado...”caramba que disposição”.
Claro, para não ficar por menos fiz o comentário...”é para isso que eu corro, para
chegar aos 60 anos com esse pique”! Sorrimos!
Sabíamos que esta rota ia dar em
um bairro, mas desconhecíamos. Ele nos informou que chegaríamos no bairro
Agrochá e faltavam cerca de 1km e meio. Já tínhamos corrido uns 8km (40min) e
pensamos por que não ir um pouco mais adiante.
Chegando a um cruzamento, pedimos informação a um senhor, o que não nos ajudou muito. Não sabia nos
informar com precisão quantos km teríamos que correr para chegar a estrada de
asfalto. A vantagem é que pegaríamos a iluminação da estrada. Neste momento, o
anoitecer chegava e o bom senso dizia VOLTEM.
Optamos em retornar pelo mesmo trajeto. Que aventura de verdade, o suor
escorrendo e os borrachudos atacando, além dos mosquitinhos infernais entrando
no olho. Poderíamos abaixar a cabeça para que a aba do boné nos ajudasse, no
entanto não enxergávamos aonde pisávamos. Escolhas.
A noite adentrando pela
estrada/mata, a única iluminação era dos vaga lumes que me pareciam mais um
farol de bicicleta pelo tamanho. Lembramos dos tempos de infância que pegávamos
potes de vidro para pegar os vaga lumes, que delícia! Quer dizer era um tempo
muito bom, porque não cheguei a comê-los.
Só ouvíamos nossas respirações
ofegantes, o receio da escuridão e o isolamento tornou a volta mais rápida,
cerca de cinco minutos. Víamos o clarão da estrada, mas não enxergávamos os
buracos. Só avistamos algumas (coisas) escuras no caminho, mas não
identificávamos se era galhos ou animais, nesse instante o receio já assombrava
a mente.
Quando finalmente chegamos
próximo a “civilização”, tomamos um fôlego, rimos e agradecemos pela vida!
Quando corremos a mente divaga,
pensamos em tantas coisas: na respiração, na pisada, na dificuldade, na próxima
subida, em como esta difícil ou fácil hoje ou mesmo naquela água de coco e
melancia que nos aguarda em casa. Pode ser também naquele copo de chopp super
gelado, naquela pizza, nessa hora você sente até o cheiro. Como é bom correr,
me permite um pouco disso e muito mais.
Joana D`Arc corredora há 8 anos.
Parabéns pela narrativa, já vivi situações semelhantes e consegui captar o que vocês passaram.
ResponderExcluirAbraços a todos
Renato.